Fome diminui, obesidade aumenta

13/02/2014 11:20

 

Relatório da agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) apontou (3/12) que a América Latina é a região que mais avanços registrou na luta contra a fome, mas advertiu sobre o risco do aumento dos índices de obesidade e sobrepeso, informou o portal de notícias R7 (4/12). Segundo o relatório, Panorama da segurança alimentar e nutricional da América Latina e do Caribe 2013, o número de pessoas que passa fome na região diminuiu de 65,7 milhões no período 1990-1992 para 47 milhões em 2011-2013, o que equivale a queda de 14,7% da população para 7,9%. Oito países da América Latina e o Caribe conseguiram erradicar a fome, entre eles, Argentina, Barbados, Chile e Cuba. Brasil, Colômbia, Guiana, Honduras, Nicarágua, Panamá, Peru e República Dominicana, por sua vez, alcançaram um dos Objetivo do Milênio, de reduzir pela metade, entre 1990 e 2015, o número de pessoas que sentem fome.
De acordo com o representante da FAO Adoniram Sanches, quatro tipos de políticas impulsionadas pelos governos da região tiveram efeitos positivos na redução da fome e da desnutrição: transferências condicionadas, programas de alimentação, planos de apoio à agricultura familiar e iniciativas para fomentar o emprego rural decente.
A FAO lembrou, entretanto, que ainda há 47 milhões de pessoas desnutridas e 66 milhões em situação de indigência na América Latina. A situação mais delicada é a do Haiti, onde 49,8% da população passam fome, seguido pela Guatemala (30,5%), Paraguai (22,3%), Nicarágua (21,7%) e Bolívia (21,3%).
Outro desafio que se impõe à região é o controle da obesidade e do sobrepeso, que afeta mais gente do que a desnutrição e ameaçam tornar-se o principal risco alimentício nos próximos dez anos. Segundo a FAO, a obesidade afeta 23% da população adulta da América Latina — porcentagem que sobe para 61% contabilizando-se também as pessoas com sobrepeso.
Mudanças no estilo de vida e transformações nos padrões alimentícios são as causas desse problema, que afeta tanto os países com maior crescimento econômico quanto os mais pobres, tanto os que conseguiram erradicar a fome, quanto os que ainda sofrem com ela, indicou o relatório da FAO.